A BALEIA - IMERSIVO E CRUEL
- Victor Rangel

- 23 de fev. de 2023
- 2 min de leitura
IMERSIVO E CRUEL

O novo Longa A Baleia, de Darren Aronofsky (Réquiem Para Um Sonho, Cinse Negro, Mãe...), vem causando enorme comoção em suas exibições ao redor do mundo, estreia hoje nas salas de cinemas brasileiras.
Com o tema extremamente delicado, o filme traz um recorte de cinco dias na vida de Charlie vivido por Brendan Fraser (A Múmia, George – O Rei da Floresta), um professor de inglês que vive com obesidade severa, tentando se reconectar com sua distante filha adolescente Ellie, interpretada por Sadie Sink (Stranger Things).
Nos primeiros minutos do filme, assim que somos apresentados ao mundo comum do protagonista, a empatia pelo personagem é inevitável. Além da atuação realmente impressionante de Brendan, isso se deve à linguagem audiovisual extremamente bem pensada que o filme nos traz. Todos os pontos ali colaboram para a desconfortável imersão do expectador; a escolha da cartela de cores faz com que nosso personagem pareça parte do cenário, já que grande parte do filme se passa com o protagonista sentado em seu sofá, a escolha do diretor em exibir o filme em 4:3, um formato quadrado e não widescreen faz com que o personagem ocupe a maior parte da tela em várias cenas, sua respiração ofegante durante os diálogos é com certeza a cartada final para todo esse misto de sensações.
A Baleia nos fala sobre depressão, sobre como ela pode ser devastadora quando a ignoramos. A doença é apresentada de forma avassaladora, não só na história do nosso protagonista mas também nos demais personagens, cada um com os seus demônios, transformando tudo isso num melodrama potente e muito bem executado, fugindo completamente de uma possível exploração cafona do sofrimento humano.
Ainda sobre os diálogos, todos os louros possíveis para o roteiro assinado por Samuel D. Hunter, autor do livro, do roteiro adaptado para o teatro e agora para o Longa. A cada conversa vamos descobrindo um pouco mais sobre cada um dos personagens, pouco a pouco o roteiro nos entrega quem são cada um deles, o porque estão ali e como todos eles chegaram naquela situação tão difícil.
Um filme duro de se assistir mas com uma mensagem muito importante passada de forma responsável.





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