CLOSE - SILENCIOSO E DEVASTADOR
- Victor Rangel

- 27 de fev. de 2023
- 2 min de leitura

Impactado, assim que saí da sala de cinema, pensei: Como pode, tão belo e tão triste? (Ultimamente parece que essas estreias de drama querem acabar comigo. Hehe)
Close foi premiado por grandes festivais por onde é exibido, como o prêmio Grand Prix do Festival de Cannes, além da indicação ao Oscar pela categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Close é mais recente longa dirigido por Lukas Dhont, diretor de Girl (2018): Que por sinal é filme belíssimo e super profundo, apesar da enorme problemática devido ao trans fake já que a protagonista trans era interpretada por um Victor Polster, um homem cisgênero.
O filme narra a amizade de Léo (Eden Dambrine) e Rémi (Gustav de Waele), dois adolescentes muito apegados que passam o dia brincando juntos nas ruinas próximas, eles riem de bobagens dentro do seu mundo particular, temos na tela o amor um pelo outro, trazidos por cenas extremamente intimistas, com quadros bem fechados que reforça esse afeto e te coloca junto dos meninos, mesmo que tenhamos a certeza que aquele universo pertence apenas aos dois, Close* (*Perto), o filme não poderia fazer mais jus ao nome.
São Impressionantes as quebras da quarta parede (quando o protagonista olha diretamente para a câmera), elas são avassaladoras e te colocam em check sobre julgamentos rasos a respeito da relação dos dois. A imersão nos sentimentos de todos os personagens é inevitável.
Não é para menos, o roteiro, também assinado pelo diretor é extremamente sensível e potente. Os diálogos são afiados, assertivos, o diretor prefere entregar em imagens belíssimas tudo o que está havendo naquele momento, tudo o que não precisa ser dito. Um desses grandes takes que falam por si só, são os garotos correndo juntos, hora mais próximos, hora mais distantes, em meio as plantações da região onde vivem. Os sorrisos e olhares registrados são capazes de entregar verdadeiros diálogos silenciosos. Mas não se enganem, toda essa atmosfera é abruptamente interrompida na quebra para segundo ato: Assim que os garotos entram para o Ensino Médio, a bolha onde vivem é severamente rompida pelo bulling feito pelos colegas, que colocam os dois em situações extremamente constrangedoras, fazendo-os questionar sobre o que até então era certo do que significa amar.
O filme é belíssimo, apesar de triste, trata de assuntos como a restrição machista de demonstração de afeto, sobre o julgamento sobre do que é definido como “feminino” além da homofobia, apesar do filme não expressar em momento algum sobre a sexualidade dos rapazes. Todo o sofrimento é sobre o julgamento e os impactos horríveis que são gerados pela violência psicológica na adolescência desses dois amigos





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