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OS FABELMANS - LONGA ENTREGA MUITO MAIS DO QUE PROMETE.

Atualizado: 4 de jul. de 2023


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Com uma premissa vídeo-biográfica, o novo longa dirigido por de Steven Spielberg traz questões universais que vão muito além da história de um dos mais significativos cineastas contemporâneos.


O filme encanta em sua sequência de abertura em que o pequeno Sammy Fabelman vai ao cinema assistir o longa, O Maior Espetáculo da Terra, de Cecil B. DeMille. Cenas reais do filme de 1952 nos coloca na mesma atmosfera de fascinação da criança que assiste atônito, arrebatado pelo que vê.


Mas não se engane, esse filme fala, sobre tudo, de família, afetos, ascensão profissional, além de uma forma extremamente delicada, sobre mulheridade. Confesso que essa sensibilidade me tocou de uma forma belíssima.


Muito mais do que uma auto-cine-biografia (acho que inventei agora esse nome hehe), o filme beira a metalinguagem quando a história sobre o Cinema se mistura com a da Família Fabelman. O amadurecimento de Sammy define todo o rumo do Longa, quando a percepção do seu mundo comum começa a modificar a forma com que ele enxerga sua mãe.


A receita não poderia dar errado, Fabelmans é a mais nova parceria entre Spielberg e o roteirista Tony Kushner (que já provaram fazer trabalhos divinos juntos como em: Munique, Lincoln e seu último sucesso, o remake de Amor, Sublime Amor, de 2021.) este é o maior ponto do filme na minha opinião, a genialidade e delicadeza de Kushner em falar sobre temas tão delicados.


O roteiro é brilhante em vários pontos, na construção dos personagens, em especial a mãe, interpretada por Michelle Williams (brilhante), onde inicialmente somos apresentados à uma mãe solitária e cheia de sonhos sufocados pelo casamento e maternidade, até que entendemos que todo o filme gira em torno dessa verdadeira artista, mulher além do seu tempo.


A mesma construção brilhante de personagem acontece com o pai do Sammy, interpretado pelo Paul Dano (Pequena Mis Sunshine), o roteirista entrega aos decorrer do filme, todos os anseios sobre os filhos, a complexidade da “instituição família” e a pressão em ser o provedor, ser bem sucedido, amar sua família.


Todos os conflitos familiares lá, nus, em sua forma natural e complexa, isso nos coloca em alguns momentos no lugar de julgadores, quando na verdade toda a construção da história é feita com matéria humana, sem que haja espaço para nos tornarmos inquisidores.



 
 
 

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